janeiro 30, 2008

test for whatever the hell

 

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janeiro 22, 2008

Aos trancos e barrancos

O medo da não-Existência se propagou como peido dentro de um vagão de metrô às 6 da tarde. Distinguir de que existência se tratava tornou-se mais trabalhoso do que simplesmente ter o medo.

A probabilidade de mais uma lacuna no tronco da árvore genealógica era grande, tanto que ao deparar-se com ela a certeza mais provável era a da perda. Outra dor, mais uma partida, todas aquelas culpas de novo. Era preciso convencer a si mesmo de que tudo que podia ter sido feito havia sido feito e de que estar mais próximo ou mais envolvido não teria evitado a tragédia, exatamente por ela ser inevitável. Tantas decisões a tomar, escolhas a fazer!... E rápido. É o tipo de situação em que não se pode perder tempo. Mas o tempo parecia estar parado, suspenso naquela névoa de incerteza e apreensão. Ou então era o próprio corpo que estava. No entanto, de repente, por um milésimo de segundo que pareceu durar um século, tudo ficou esclarecido, tudo estava resolvido, não havia com o que se preocupar, tudo daria certo. Até que o toque do telefone invadindo a madrugada recindiu toda a resignação alimentada pela paisagem muda da tv.

...

Na sala do portão de embarque os ouvidos foram bombardeados com comentários vazios e críticas ocas sobre a cultura alheia. Reclamações fora de hora e lamentações sem propósito tinham o dom de enlouquecer a pouca sanidade que lhe restava. Tudo o que podia almejar era estar em um grupo mais privilegiado e embarcar rapidamente. Mas o último grupo era tudo o que se podia esperar. "Melhor fingir que não estou aqui, que eles não estão aqui, que a humanidade evaporou."

Finalmente, após acomodar-se no assento devido, a descoberta mais recente voltou a atiçar o desejo de não ser, de deixar de ser. Tantas velhinhas transitando pelo minúsculo espaço entre suas pernas e a cadeira da frente começou a parecer provação demais. Até o encosto da cadeira da frente ser baixado e a tardia velhinha que ainda rumava pela improvável passagem cair sentada em seu colo. Ah! Se a velhinha pudesse ouvir pensamentos...

...

A viagem não foi tão ruim, a julgar pelo desconforto oferecido pelo assento. Os poucos momentos agradáveis se deram graças ao simpático jamaicano com quem trocou palavras durante o percurso, em um inglês que vagava pela Terra do Nunca. A beira da total incompreensão, povos distintos perdem carapaças e preconceitos quando a curiosidade aflora em uma primavera de surpresas excitantes. Ah! Se os truques da mente tivessem jurisdição mais ampla... se pudessem eliminar os rastros de pensamentos obtusos ao tocar dos sinos da vontade!...

...

O aterrissar como um saco de batatas caído no solo interrompeu a tão merecida soneca. A chuva destruiu a capacidade de concentração na paisagem de concreto. O stress desintegrou a coragem característica. E o medo foi relembrado e voltou a ser sentido. Anos atrás o mesmo medo havia descolorido temporariamente um entardecer qualquer de um domingo sulista e pra sempre o horizonte de sua vida. Se ao menos a genética auto-desintegrasse e a memória entrasse em estado de soluço crônico e irreversível...

...

O que impelia o movimento desenfreado das pernas rumo ao antigo predinho era, de certo, o pensamento de que ao abrir da porta todas as esperanças seriam extintas. Ao invés, o som do trinco sendo puxado foi abafado pela luz daquele rosto conhecido, amigo, maternal. Somente o abraço sub-sequente poderia trazer mais alívio e conforto do que o sorriso que o precedeu.

A julgar pela voz repreensiva e crítica era seguro dizer que a genética insana havia marcado mais um ponto no jogo da vida. Sem mais delongas, o desentendimento intrínseco daquele núcleo familiar despertou. E faminto. Um amontoado de frases ferinas em destaque na arena das mágoas tardias voltou a reavivar a memória e a aquecer convictamente o sucessor interino do medo, a raiva.

Instantaneamente o famigerado álcoolismo tornou-se não só justificável e, sim, imprescindível. Mas não sem antes se render à boa e velha xícara do café tintoso e infindamente amargo, à mesa, ao som das estórias que a memória esculpe como pode, sem precisão ou piedade, pelo extenso momento que teima em se distrair com a idéia de se adiantar o vôo de volta pra casa.

janeiro 06, 2008

desatomização



E foi que passou
soluvel
indolor
a desatomização
de uma personalidade

Desatomização