Eu te amei tanto! E por tanto tempo!... Nada parecia mais inaceitável e improvável do que a possibilidade de deixar de te amar, de te abandonar, de te esquecer. Quando eu te vi você era a própria beleza. Pura. Nua. Ainda Dócil. Ainda minha. ... Eu só queria te amar, te fazer saber que eu estava ali pra você. Mas bastou eu te olhar mais de perto pra perceber os adereços, os figurinos... as máscaras... toda a concepção do personagem que você montou pra me impressionar. Pra me magoar. Pra provar que você podia. Pra me mostrar que a sua vez tinha chegado. Eu queria não ter mudado. Ou ter mudado mais. Eu queria conseguir te fazer compreender que não importa quem você é, contanto que você seja minha, sempre minha. Mas isso já era questão fora de foco, peça que você já tinha chutado do tabuleiro. A sua cena, o seu momento, o grande instante que você esperava há séculos... era tudo o que importava. Então eu deixei, te deixei, encolhi, calei. E quando me viu, miúda, você percebeu a sua chance e de um golpe só sua adaga me atravessou o espírito. E você me deixou pra morrer. E eu, como boa adoradora de ti que sempre fui, obedeci.
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