tanto envolvimento com a solidão
a gente vai acostumando
se acomodando
esquecendo de como era antes
quando os amigos estavam por perto
presentes
vivos
parece até que a consciência vai cedendo
começa a enganar
e a gente passa a acreditar que sempre foi assim
vazio
só
e que não tem remédio a não ser se conformar
e no desespero apelar pros extremos
ceder à própria crueldade
e se assistir afundar lentamente
em lodo e insônia
incapaz de lembrar da sensação de sorrir
agarrado à necessidade de culpar o outro
pra não admitir a própria inércia
que gera esse aperto no peito
e aos pouquinhos vai sufocando
silenciosamente
até que o coração
ressentido e pequeno
pare definitivamente de bater
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